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terça-feira, outubro 03, 2006

1ª PREVISÃO INVERNO 2006/2007





ACTUALIZAÇÃO 17-10-2006 ÁS 12:30

Situação prevista pelo NCEP a 14-10-2006, vai no sentido da previsão para Janeiro, i.e. semana 13.

Anomalia Precipitação


Anomalia Temperatura


De facto não são para confiar, mas apenas para analisar e, existe uma tendência no padrão durante este período, i.e. um Janeiro extremamente tempestuoso, que tem vindo a ser mostrado por ene modelos de previsão sazonal últimamente.

Mário Marques


Boas,

Numa primeira abordagem para o Inverno teremos de analisar vários factores e o comportamento actual da atmosfera e as previsões de algumas teleconexões.
Para um Bom Inverno com chuva e algum frio associado a um e a outro evento teremos de ter as seguintes condições. No que se refere ao El Niño, já não se prevê tão acentuado e se provavelmente poderá ser pouco positivo ou mesmo neutral em pleno Inverno,.
Ao mesmo tempo, poderá ser que uma OAN( Oscilação do Atlântico Norte) negativa, que pelo avaliar das teleconexões e só faltará a existência de uma anomalia negativa das SST (Sea surface Temperature) a leste continente americano, aumentando desta forma, as possibilidades de um Inverno frio no NW da Europa.

Fig. nº1 previsão El Niño para Inverno; fonte:NOAA Fig. nº 2 - Oscilação Ártico



Contudo actualmente estamos a caminhar para uma anomalia negativa da Oscilação do Ártico, embora ainda existirão fases negativas durante o Outono 8pelo que seria melhor que ocorresse mais tarde) e, provavelmente a OAN poderá ser negativa, no entanto, não quer dizer que com isto seja um indicador de um Inverno frio, pode sê-lo como 2000/2001, contudo se as temperaturas do mar ajudarem com uma anomalia negativa em toda a região Leste do Continente Americano desde os trópicos até Gronelândia poderá ajudar o padrão de um Inverno Frio sobretudo no NW da Europa e que por vezes poderá afectar o SW num ou outro evento.

Ao nível da pressão poderemos ter uma anomalia negativa da OAN e nem sempre uma uma anomalia negativa é fria ou seca, poderá ser fria e húmida ou temperada e húmida, com o Inverno de 200/2001 ou de 1995/1996. Na figura abaixo exposta verificamos a Pressão normal do Atlântico nos Açores, segundo os meses e estações do ano.

MONTHLY MEAN SLP AND STD DEV FOR PONTA DELGADA, AZORES; fonte:http://polarmet.mps.ohio-state.edu/
JAN FEB MAR APR MAY JUN JUL AUG SEP OCT NOV DEC
1020.5 1020.3 1019.5 1020.8 1021.7 1023.5 1024.7 1022.6 1021.2 1019.7 1019.9 1021.2
6.6 6.3 5.0 3.4 2.7 2.1 1.6 2.0 2.2 2.6 3.8 5.0


Fig. nº 3 - Oscialção Atlântico Norte

Por estação sazonal
SEASONAL MEAN SLP AND STD DEV FOR PONTA DELGADA, AZORES
DJF MAM JJA SON
1020.7 1020.6 1023.6 1020.2
3.7 2.2 1.1 1.4


Fig. nº 4 - Precipitação e temperaturas Período 2001-2005 (Serra do Pilar V. N. Gaia)


Alguns responsáveis de várias instituições, indicam que a seca acabou e já não existem problemas de abastecimento, contudo verifica-se que ainda não recuperamos para uma média de precipitação ou mesmo uma anomalia positiva da mesma para se justificar essas afirmações, já que as secas são ciclícas, assim como os períodos de retorno e aí é que jaz a falta de conhecimento dos mesmos no nosso território.

Fig. nº 5 - Precipitação últimos 365 dias; fonte: NCEP


No que respeita as temperaturas verificou-se uma constante anomalia possitiva durante todo o verão, excepto a 1ª semana de Julho e a 2ª quinzena de Setembro, constatando-se mais uma vez o facto de que persistirem cada vez mais anomalias positivas durante todo o estio, em vez de serem mais localizados ao nível temporal, evidenciando a minha teoria de que caminhamos mais para duas estações do que propriamente 4 ao longo de um ano.

Fig. nº 6 - Temperaturas nos últimos 365 dias; fonte: NCEP



Fig. nº 7 - Anomalia SST durante os Invernos mais Frios N da Europa; fonte: NOAA

Concentração de gelo no Ártico

Reparem na diferença da concentração de gelo em relação ao ano transato, existe uma maior espessuraDesde o Alaska até ao N da Noruega, numa quase semelhante extensão de cobertura.
Esta situação é provocada por uma anomalia negativa na OA, que seria mais do meu desejo que ocorresse mais tarde, na medida em que, aumentou a probabilidade de mais tarde quando for Inverno essa oscilção negativa não aconteça, estabelecendo uma positividade na mesma.
Fig. nº 8 - Concentração global gelo em 02 Outubro 2006

Fig. nº 9 - Concentração global gelo em 02 Outubro 2005











Fig. nº9.1 - Concentração minima record de gelo a 27 Setembro 2006

Previsão Inverno - Modelos
Os modelos apontam para um período com temperaturas abaixo do normal na península Ibérica nos meses de Inverno, assim como uma precipitação abaixo do normal ou na média, isto para Janeiro e Fevereiro, escapando apenas o Março. Claro que não passam de modelos que são actualizados mensalmente e valem o que valem mas, na minha opinião irão ser contrariados no decorrer do período, principalmente no que toca à precipitação.
NOAA/NCEP
Fig. nº 10 - Precipitação 6 meses Fig. nº 11 Temperaturas Superfície a 6 meses

Previsão Meteo Office UK

Podem verificar aqui, também não excluem um Inverno frio para O Norte da Europa, mas relembro que quando isso acontece aqui é molhado e poderá existir um "storm track" mais a Sul.

http://www.metoffice.com/research/seasonal/graphics_glo/20060901/

Ouras previsões
http://nsipp.gsfc.nasa.gov/

http://forecast.mssl.ucl.ac.uk/

http://iri.columbia.edu/climate/forecast/net_asmt/

http://ecpc.ucsd.edu/imagedata/NSMD/DRF/FWIEUR/

Previsão Mário Marques

No que respeita à minha previsão ela é baseada na conjugação de vários factores, quer na análise de dados de variadíssimas teleconexões, como de observações directas de diversos fenómenos biológicos e astronómicos, por isso poderá levantar susceptibilidades de desconfiança para quem a lê e/ou a julga.
Mas afinal, não passam de previsões sujeitas a alterações, no entanto o que prevalece é a capacidade de uma descrição da tendência sazonal que eventualmente se irá verificar, ficando salvaguardada a informação nela contida.

Dezembro 2006
Neste mês espero uma precipitação abaixo da média e umas temperaturas acima da média, apesar de que no início do último mês do ano o frio irá marcar a sua presença.

2ª Quinzena
Na 3ª semana de Dezembro irão prevalecer bons estados de tempo principalemte até ao Natal com um domínio anticiclónico, altura em que se irá alterar o padrão e iremos assistir para a 4ª semana um passagem de uma depressão cavada que irá fazer com que o Ant. dos Açores se desloque para para SW, deixando caminho livre para um Storm track contínuo no início do Ano,
i.e., para Janeiro 2007.


Janeiro 2007
Neste mês prevejo que a precipitação seja acima da média assim como a temperatura em geral, com um domínio das baixas pressões, que nalguns casos poderão ser cavadas e com grande instabilidade.

1ª Quinzena
O ano inicia-se com um intenso fluxo de SW, trazendo consigo frentes associadas com possibilidade de provocar precipitações intensas acalmando para o fim do período da 2ª semana com uma actividade convectiva fora do normal, assim como de probabilidade de ventos fortes.

2ª Quinzena
Para este período o domínio das baixas pressões continua e poderá existir a possibilidade de inundações locais devido a um acumular de situações invernosas. No entanto para a 4ª semana poderá existir uma melhoria e até mesmo uma transição para um domínio anticiclónico e um arrefecimento em geral, quando comparado com a 1ª quinzena, terminando o mês com bons estados de tempo.

Fevereiro 2007

Neste mês existem grandes probabilidades da precipitação ficar abaixo da média e com temperaturas perto do normal, salvo para o fim do mês. Prevejo iuma prevalência da influência anticiclónica durante o mês, sendo que considero um mês com elevados dias de nevoeiro.

1ª Quinzena

Na primeira semana continua a influência do Ant. dos Açores e uma sucessão de bons estados de tempo, existindo uma grande amplitude térmica. No começo da segunda semana poderá existir a possibilidade da passagens de frentes com fraca actividade que provocarão mais humidade do que propriamente precipitação, com uma consequente diminuição da amplitude térmica.

2ª Quinzena

Na segunda metade de Fevereiro e na 3ª semana, prevalecerá a continuação de alguma instabilidade, de fraca actividade, com a alterção de padrão de influência à medida que se chega à 4ª semana, pelo que aqui as temperaturas irão baixar, com probabilidade de passagem de uma ou outra situação de NW ou de N, mas mais uma vez, com fraca actividade ao nível de ocorrência de precipitação.

Março 2007

Este mês provavelmente será caracterizado por baixas temperaturas nas onde ficarão abaixo da média e precipitação na média ou ligeiramente abaixo da mesma.

1ª Quinzena

Na 1ª semana de Março prevejo a continuação de tempo frio de influência anticiclónica, provavelmente de Leste ou NE, uma boa oportunidade para o " Sincelo" no NE transmontano, fraca possibilidade de precipitação, mas não quer dizer que não possa ocorrer.
Na segunda semana a humidade irá aumentar mas poderá ser mais em forma de nevoeiros, embora não descarte a hipótese de uma depressão afectar o território, assim como uma subida das temperaturas em especial das mìnimas.

2ª Quinzena
Dominio da humidade e de alguma interacção anticiclónica e dissipação de frentes junto à Península Ibérica com alguma oscilação nas temperaturas. finalmente para a última semana do mês, existirá a probabilidade de alguma actividade convectiva (fraca), causada por uma aumento na diferença do gradiente térmico existente entre a P.I. e o NW da Europa.

BEM AQUI FICA A MINHA 1ª PREVISÃO PARA O INVERNO 2006/2007, QUE PREVEJO QUE SEJA NO GERAL TEMPERADO (EXCEPTO O FIM DA ESTAÇÃO) E HÚMIDO, PRINCIPALMENTE POR CULPA DO MÊS DE JANEIRO, CONTRASTANDO COM A PREVISÃO DOS MODELOS DE FRIO E SECO.

Esta é a minha 1ª previsão do Inverno 2006/2007, pelo que será actualizada no início de cada mês.

Um grande bem aja e votos cheios de saúde para todos os interessados.

Mário Marques
02 de Outubro de 2006

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